Publicado por: descobrindoomar | setembro 27, 2012

Lixão do Pacífico

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Em um ponto do Oceano Pacífico existe uma imensa sopa de detritos chamada de A Grande Mancha de Lixo, que simboliza como nenhum outro fenômeno o impacto devastador da ação humana sobre os mares do planeta. A 2.000 quilômetros do litoral do Havaí, entre o arquipélago e a Califórnia, ela constitui o maior dos depósitos marinhos de lixo. Ali, pedaços de plástico, restos de redes de pesca, roupas, garrafas e uma infinidade de detritos produzidos pelo homem superam em seis vezes o peso total do zooplâncton, organismos que estão na base da cadeia alimentar marinha. São 3 milhões de toneladas de lixo, uma quantidade que São Paulo leva seis meses para produzir.

Nesse ecossistema maligno, tudo se mistura, plástico e plâncton, o que leva os animais marinhos a reconhecerem aquilo como alimento e ingerir quantidades imensas de lixo. Existe casos de anomalias comprovadas, como um tartaruga que cresceu com um anel de plástico no casco, ou como um albatroz com um emaranhado de fios no corpo.

O Comandante Charles Moore, foi quem descobriu esse lixão marinho e fez questão de divulgar essa agressão ao meio ambiente, comenta que gostaria que o mundo inteiro percebesse que o tipo de vida que estamos levando, isso de jogar tudo fora e usar tantos produtos descartáveis, está nos matando, e que temos que mudar, se quisermos sobreviver a isso.

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Figura 1: Aves confudem lixo com alimento.

Um gesto despreocupado, uma simples garrafa de plástico esquecida em uma praia da Califórnia. Muitas vezes, ela é devolvida pelas ondas e recolhida pelos garis. Mas grande parte do material plástico que é produzido nessa região acaba embarcando em uma longa e triste viagem pelo Oceano Pacífico.

Pode ser também depois de uma tempestade. O plástico jogado nas ruas é varrido pela chuva, entra nas galerias fluviais das cidades e chegar até o mar; ou vem de rios poluídos que desembocam no oceano.

No caminho, os dejetos do continente se juntam ao lixo das embarcações e viajam até uma região conhecida como o Giro do Pacífico Norte. Diversas correntes marítimas que passam às margens da Ásia e da América do Norte acabam formando um enorme vórtice feito de água, vida marinha e plástico (Figura 2). Mas, outra vez uma tempestade, um vento forte, talvez, e parte do lixo viaja para fora da sopa, até uma praia distante.

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Figura 2: Localização dos dois núcleos dos vórtices de lixo no Oceano Pacífico.

No Hawai, Kamilo Beach recebe tantos dejetos marítimos que acabou virando um lixão a céu aberto. Basta procurar um pouquinho para entender a origem de todo o plástico que chega até a praia. Em uma embalagem, caracteres chineses. Uma bóia de pescadores provavelmente veio do Japão. Um pouco mais adiante, há o pedaço de um tanque de plástico com ideogramas coreanos.

E Kamilo Beach está mais de 1 mil quilômetros distante do Lixão do Pacífico, no extremo sudoeste da ilha de Hilo, no Havaí. Kamilo Beach dificilmente vê um gari. O plástico que chega lentamente pelo mar vai ficando esquecido no paraíso.

Para saber mais, acesse:

http://www.youtube.com/watch?v=2bSN9JXsS90

http://www.youtube.com/watch?v=Ta8HaHP_9rE&feature=related

http://www.globalgarbage.org/blog/index.php/2010/02/27/desmistificando-a-grande-mancha-de-lixo-no-pacifico/

http://360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?did=27807&action=news


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