Poluição Marinha

A preocupação com a questão ambiental cresce a cada dia, uma vez que a disponibilidade de muitos recursos naturais já se encontra comprometida devido à contaminação do meio ambiente. Este fato é nitidamente observado em ambientes aquáticos, nos quais encontramos muitos rios e estuários apresentando queda acentuada na produção pesqueira em função da degradação do meio.

A contaminação ambiental por agentes químicos tem ocorrido de forma intencional ou acidental em decorrência da atividade humana. Os ecossistemas marinhos acabam, de uma forma ou de outra, constituindo-se em receptáculos temporários ou finais de uma grande variedade e quantidade de contaminantes. Estes ecossistemas vêm recebendo uma carga constante de substâncias químicas, orgânicas e inorgânicas através do lançamento direto de efluentes industriais e domésticos ou indiretamente através de rios, lixiviação de solos e precipitação atmosférica.

Existem dois grandes grupos de poluentes:

– Biodegradáveis, que após algum tempo são decompostos pela ação bacteriana. Ex.: detergentes, inseticidas, fertilizantes, petróleo…

– Persistentes, que se mantêm por longo tempo no ambiente e/ou nos organismos, podendo sofrer ou não o processo de biomagnificação. Ex.: agrotóxicos, metais pesados, tintas anti-incrustantes…

As principais fontes associadas a estes grupos poluentes introduzidos nas costas brasileiras são:

1) Esgotos domésticos: ainda constituem o maior problema em todo o país. Além dos graves problemas de saúde pública e degradação dos recursos vivos locais, a poluição por esgotos domésticos está causando em escala mundial problemas de eutrofização das águas costeiras. Segundo o senso do IBGE de 2008, há ainda no Brasil 107 milhões de brasileiros sem acesso à rede de esgoto, afora os 134 milhões de pessoas das quais o esgoto não é devidamente tratado.

2) Efluentes industriais: não constituem um problema tão generalizado como o dos esgotos domésticos, mas devido à falta de fiscalização, acaba sendo um fator poluidor preocupante .

3) Material em suspensão devido à erosão ou obras de engenharia de grande porte: além de aumentar a turbidez da água, complicando a ocorrência dos processos fotossintéticos, pode causar sérios danos às comunidades bentônicas devido ao recobrimento parcial ou completo do fundo marinho ou estuarino.

4) Petróleo e derivados: derrames de óleo e derivados na costa brasileira ocorrem principalmente nos terminais petrolíferos, devido a acidentes ou falhas operacionais nas operações de carga e descarga. Além disso, a introdução crônica de petróleo em regiões portuárias e de marinas constitui um problema ainda maior devido à falta de fiscalização.

A situação atual com os problemas advindos do acúmulo de poluentes no ambiente toma novas proporções, preocupando cientistas e grupos ambientalistas de todo o mundo. Tenta-se buscar novas opções visando à redução do impacto no meio marinho, além de uma maior fiscalização na zona costeira.