Publicado por: descobrindoomar | setembro 27, 2012

Eutrofização: uma Consequência da Poluição Ambiental

Eutrofização pode ser definida como o crescimento excessivo das plantas aquáticas, tanto planctônicas quanto aderidas, a níveis tais que sejam consideradas como causadoras de interferências com os usos desejáveis de corpos d’águas lacustres ou marinhos.

Neste processo, que pode ser natural ou devido à ação humana, o aumento da concentração de nutrientes favorece o crescimento e a multiplicação do fitoplâncton, o que provoca o aumento da turbidez da água. Por este motivo, a luz solar não chega às plantas que se encontram submersas, não ocorrendo fotossíntese. O desaparecimento da vegetação aquática submersa acarreta, então, a perda de alimento, hábitats e oxigênio dissolvido.

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Figura 1: Diferença entre o processo de eutrofização natural e resultante da atividade humana.

Embora ambientes eutróficos possuam elevada quantidade de fitoplâncton, que produz oxigênio através da fotossíntese, a sua distribuição superficial provoca uma saturação em oxigênio, que escapa para a atmosfera, sem restabelecer o oxigênio dissolvido ao nível das águas profundas. O fitoplâncton tem taxas de crescimento e reprodução muito elevadas, formando “tapetes” verdes à superfície dos cursos de água, principalmente nos sectores com correntes fracas. Quando estes organismos morrem, depositam-se no fundo, formando espessos depósitos. O aumento de detritos leva a um aumento de decompositores (essencialmente bactérias), cujo crescimento exponencial provoca uma diminuição do oxigênio dissolvido (consumido na respiração). O esgotamento do oxigênio leva à morte por asfixia de peixes e crustáceos, mas não de bactérias, que recorrem à fermentação e respiração anaeróbia. Por sua vez, as bactérias proliferam e aproveitam o oxigênio, cada vez que este está disponível, mantendo a água com permanente carência em oxigênio. Pode ainda ocorrer oxidação da matéria orgânica e de outros compostos, contribuindo também para a diminuição do oxigênio dissolvido e agravamento da eutrofização.

Efeitos indesejáveis decorrentes da eutrofização são: problemas estéticos e recreacionais (diminuição do uso da água para recreação, balneabilidade e redução geral na atração turística); condições anaeróbias no fundo do corpo d’água ou nele como um todo; eventuais mortandades de peixes; maior dificuldade e elevação nos custos de tratamento da água; problemas com o abastecimento de águas industriais; toxicidade das algas; modificações na qualidade e quantidade de peixes de valor comercial; redução na navegação e capacidade de transporte; entre outros.

Mas o que ocasiona o acúmulo de nutrientes nesses locais? Em geral, a ação humana, uma vez que corpos d´água geralmente são o destino final de sistemas de tratamento de esgoto, fazendo com que muita matéria orgânica vinda desses sistemas seja jogada na água. Outra grande fonte de nutrientes vem da água usada para irrigação em fazendas: com o uso de adubos e pesticidas, muitas substâncias e nutrientes, como sulfatos e nitratos, ficam dissolvidas na água, e acumulam-se no corpo d´água mais próximo.

As estratégias de controle usualmente adotadas no controle da eutrofização podem ser classificadas em duas categorias:

– Medidas preventivas, como controle dos esgotos ou controle da drenagem pluvial;

– Medidas corretivas realizadas através de processos mecânicos (aeração, desestratificação, remoção do sedimento, remoção de algas, sombreamento, etc.); processos químicos (precipitação de nutrientes, uso de algicidas, etc.); ou processos biológicos (biomanipulação, uso de peixes herbívoros, etc.).

Maré Vermelha

            Caracterizado por provocar manchas vermelhas, alaranjadas, amarelas ou marrons na água, causadas por microalgas em aglomeração, é um processo no qual ocorre a floração de pequenas algas chamadas dinoflagelados, que representa um dos grupos mais abundantes no plâncton marinho, é uma das principais causas da maré vermelha, podendo estar presentes neste evento outros microorganismos, como as cianobactérias e diatomáceas.

Fatores como a temperatura, luminosidade e salinidade associados a níveis de nutrientes dissolvidos no mar (matéria orgânica), contribuem para que haja uma proliferação excessiva dos dinoflagelados, formando as manchas na água características deste fenômeno.

O aumento deste fenômeno, segundo pesquisas, em termos de quantidade, intensidade e dispersão geográfica, está relacionado à poluição e ao processo de eutrofização das águas marinhas. A eutrofização ocorre pelo excesso de nutrientes (compostos químicos contendo nitrogênio ou fósforo) em uma porção de água do mar, causando o aumento de algas que dão origem ao fenômeno da maré vermelha.

A maré vermelha causa muitos malefícios aos habitantes marinhos e ao homem. As algas produzem e liberam toxinas que envenenam as águas, provocando a morte de peixes e em consequência diminuindo a atividade pesqueira.

Também pode ocorrer o envenenamento de forma indireta. Alguns moluscos, como os mexilhões, não são afetados diretamente por estas toxinas. Porém, podem acumular estas algas em seus corpos, por possuírem como característica filtrar a água do mar e dela extrai seu alimento. Assim, intoxica outros animais como os pássaros, mamíferos marinhos e também seres humanos que se alimentam destes moluscos.

Ao ingerir um molusco intoxicado, o ser humano pode desenvolver uma paralisia por envenenamento, envenenamento diarréico ou envenenamento amnésico.

A luminosidade no mar também é impedida, devido ao bloqueio efetuado por camadas de algas, diminuindo a oxigenação da água e comprometendo a vida da fauna aquática.

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Figura 2: Exemplo de ocorrência de maré vermelha.

Para saber mais, acesse:

http://eco.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/des_eutro.htm

http://www.youtube.com/watch?v=E5lZ_TZXY1c


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